Ansiedade é uma experiência emocional que diz respeito ao vínculo que formulamos com o tempo. Como a melancolia, é uma função das expectativas que formulamos diante do que nos espera e diante daquilo que esperamos da vida e de nós mesmos.
A ansiedade se apresenta em diversas roupagens. Desde as mais brandas que podem nos fazer querer realizar um sonho, até aquelas que nos fazem ficar completamente congelados e parados no mesmo lugar durante décadas.
Ela pode ser afobação ou desespero, mas também pode ser falta de ar e impossibilidade de movimento: paralisia.
Ela pode ser paranoide, e gerar um mundo de desconfiança ao redor, transformando a percepção comum em sinais mirabolantes que querem nos mandar mensagens cifradas sobre o que está se passando no momento em que estamos, ao invés de permitir que nos acalmemos para perceber a realidade comum, e não a manifestação da realidade emocional que a aceleração mental nos obriga.
De modo geral as ansiedades adultas, são todas depressivas. Já é conhecida a depressão ansiosa, tanto quanto é conhecido o pânico, que nada mais é do que outra ansiedade depressiva.
Não há um momento exato de se procurar ajuda. Geralmente, o que vejo em minha clínica, é que os clientes procuram quando se veem em um beco sem saída e daí pedir ajuda fica mais simples.
O problema da ansiedade não é o momento de pedir ajuda. O problema maior é o de sabermos se, alguém ansioso, é capaz de suportar a duração do tempo para se curar. As análises de ansiosos geralmente terminam em um final precoce.
E isto quer dizer que todo ansioso se mata? Não. De forma alguma. Ele morre antes de morrer.
Todo ansioso goza antes de começar, termina antes de acabar, acaba antes de tentar, morre antes de estar verdadeiramente morto.
Porém, para aqueles que são tolerantes ao desgaste do tempo… bem… esses saem agradecidos por terem podido esperar, e daí, ver a vida acontecer diante de seus próprios olhos.
Dr. Emir Tomazelli